segunda-feira, 7 de março de 2011

Questões sobre o caráter

"Nossa vida desperta nosso caráter. Você descobre mais a respeito de si mesmo à medida que vai em frente. Por isso é bom estar apto a se colocar em situações que despertem o mais elevado e não o mais baixo da sua natureza" (CAMPBELL, 1990, p. 138).

"O caráter resvala para fora do âmbito da ação controlada, na direção dos impulsos e eventos transpessoais, que talvez possam ser contidos, talvez não" (CAMPBELL, 1990, P.167).

Estas frases são tiradas do livro O Herói de Mil Faces, de Joseph Campbell.

O que você acha dessas afirmações acima? Concorda? Alguma vez já pensou sobre o que é o caráter para você? Já refletiu em qual é o seu caráter e como ele se expressa no mundo?

19 comentários:

  1. À medida que vivo vou me conhecendo cada vez mais.
    Vivenciar situações que demonstrem o mais elevado e o mais baixo da natureza humana permite que o indivíduo descubra partes de seu caráter (ou seria personalidade?) que talvez desconhecesse ou não tivesse trazido a tona... Então, acredito que as duas experiências sejam válidas.
    Definir o que vai ser exposto, mantido ou controlado cabe a cada um.
    Passei por experiências que permitiram reforçar partes do meu caráter que havia esquecido e que eram tão importantes para mim. Talvez por ficar tanto tempo sem que as mesmas fossem necessárias, ou melhor, provocadas...
    Quando se adquire a real percepção do que deve ser exposto ao mundo (posicionamentos político, espiritual, profissional, amoroso etc.) não se pode mais voltar atrás.

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  2. Então vc concorda com o texto que a vida, as experiências diárias nos dão a chance de expressarmos nosso caráter?
    Será q o caráter ñ é parte da personalidade?
    Vc acha q seus valores são expressos pelo seu caráter?

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  3. Cacau querida, creio que o carater seja moldável e depende mto do ambiente em que se vive, jah a personalidade de cada um é imutável, única, pessoal etc. Claro que um faz parte do outro, mas os nossos valores vão mt mais além...

    Esses dias fui literalmente "roubada" pela caixa das lojas Americanas da Praia Grande, e aconteceu a mesma coisa nas Americanas de São Vicente, então pensei: "Será que foi a moça, ou ela é treinada a fazer isso?"...

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  4. Gostei de ter seu posionamento aqui. Sou eu q sou enriquecida com várias visões complementares sobre o tema.
    Sinto pelo roubo! Este acontecimento abre portas para mais questionamentos.
    Lembro de algo parecido q aconteceu comigo. Depois de um longo tp almoçando num restaurante perto de um hosp em SP onde fazíamos estágio, uma amiga percebeu q as meninas do caixa sempre arredondavam para cima nossas contas. No final do mês havia uma lesão considerável.
    Se a moças de fato foram treinadas, vc acha então q elas aceitaram pq isto ia de acordo com seu caráter (elas concordaram com a jogada), ou poderia ñ haver uma consciência crítica da parte delas onde elas ñ tenham percebido a gravidade do ato?
    O q vc acha? Afinal, vemos este tipo de coisa por toda parte. Foi ótimo vc ter trazido está questão.

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  5. Nestes casos, como o da Ci*, citado acima, fica difícil saber né?! Não dá para afirmar se é questão de caráter ou se é jogada de certas lojas. O importante é ficar sempre atento pois infelizmente neste mundinho onde vivemos isso sempre está acontecendo!!!!!

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  6. Muitas vezes essas pessoas que trabalham nessas lojas aceitam fazer esse tipo de coisa por necessidade. Hoje um emprego de qualidade que assegure ao indivíduo uma boa qualidade de vida está muito difícil, então essas pessoas aceitam o que vem e são "obrigadas" a ser submeter a realizar coisas desses gênero.

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  7. Sim, as experiências diárias permitem demonstrar o que somos. Expressamos nosso caráter a partir das respostas que damos as situações vivenciadas.
    O caráter é a forma com que a pessoa se mostra ao mundo, com seu temperamento, seus valores e sua personalidade.
    Em relação às moças, se realmente houve uma escolha em participar "da jogada", a mesma partiu dos valores éticos que possuíam. Nunca seria conivente com esta situação.

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  8. Para Anônimo: Gostaria de saber mais sobre seu posicionamento. É bem verdade q as condições dos empregos no Brasil deixam a desejar.
    Então, vc acha q é a necessidade q transforma, ou direciona a pessoa a um comportamento?

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  9. Anônimo trouxe um outro lado da questão do tal "roubo". Trouxe a questão da necessidade e das péssimas condições do emprego no Brasil. Trouxe o lado de quem está lá.
    O q vcs acham sobre esta questão da necessidade? A questão da necessidade sinaliza o q em relação ao caráter?
    Alguém já teve q fazer algo q ñ concordava no trabalho? Algo q ia de encontro aos seus valores?

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  10. Realmente a realidade do nosso país não é fácil, a desigualdade social ainda é muito grande, mas mesmo assim acho que aceitar este tipo de situação quando isto vai de encontro a seus valores...Como fica sua consciência ao final do dia?
    Talvez a pessoa aceite por um tempo até que encontre algo melhor. Cada um sabe o peso que pode aguentar...

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  11. O caráter, distinto da personalidade, me parece estar intrinsecamente ligado aos valores morais da tradição/cultura a qual pertence o indívíduo.Porém o indivíduo acaba por fazer relativaçoes o tempo todo para incubrir falhas de caráter... e existe alguem que nao tenha falhas?

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  12. É sobre estes valores q estávamos discutindo acima. Do qto a necessidade pode conduzir a pessoa a sacrificar, ou ñ estes valores. A pessoa pode encobrir ou racionalizar as falhas. Fica mais fácil ñ sentir o peso, ñ?
    Vc leu a experiência vivida pela Ci (acima)com roubos? As pessoas tiveram posicionamentos diferentes sobre o assunto, e uma delas trouxe a questão da necessidade. O q vc acha?

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  13. Se por acaso você não tivesse uma boa oportunidade de emprego na vida, tivesse família e se sua família necessitasse desse emprego onde vc deveria agir de acordo com os "padrões" da empresa, você não aceitaria ou largaria o emprego por seu caráter?! Já se colocou no lugar de uma pessoa assim?
    Não acho correto, porém não os julgo e não me submeteria a isso pois não preciso.

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  14. Foi ótimo vc ter trazido este outro lado da questão. O lado da pessoa q precisa tanto daquele emprego q acaba se submetendo a política do local de trabalho. E, neste ponto, vc tem razão, quem pode julgar?
    Acho q quase todos ao analisarem a questão da Ci ñ pensaram sobre a questão da necessidade. Acho q ao responderem refletiram se fariam isto ou ñ numa situação onde ñ houvesse a necessidade.
    Ao responder pensaram se teriam aquele comportamento de lesar os outros, e olharam a questão pelo lado de quem foi lesado, por isto pareceu imparcial. Todos pensaram e se fosse comigo ñ no lugar de quem fez a ação, mas de quem recebeu. Por isso pareceu q o julgamento foi implacável. E quem pode julgar tb? Visto q somos lesionados o tp todo nos serviços q buscamos, por exemplo.
    Todos os lados precisam ser respeitados.
    É lógico q a questão é muito mais profunda do q parece ao analisarmos o comportamento daquelas funcionárias citadas pela Ci. É uma questão social e tb pessoal.
    Sua contribuição tem sido muito instigante para o debate.
    Agradeço!

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  15. Acredito que há uma essência do caráter apesar dele ser movido por situações circunstanciais...
    Será que agimos pensando em não prejudicar ou prejudicar o mínimo de pessoas possível?
    Ou nossas ações estão pautas em não prejudicar a nós independente do outro?
    Fica o questionamento...

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  16. As situações servem para nós expressarmos nosso caráter, ñ? E assim ficamos nos conhecendo melhor. Até surgir a situação, o q sabemos de nós mesmos?
    Para sabermos se prejudicamos o outro com as nossas ações, precisamos antes saber se o ser humano se preocupa com a consequência dos seus atos para os outros, ou como vc disse se apenas visamos a nós mesmos qdo escolhemos, agimos, ou nos comportamos no mundo.

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  17. Pensei no lado de quem faz a ação. A dor da consciência e de se carregar o peso de ir contra ao que se acredita é também difícil e pode, muitas vezes, acabar com a pessoa.De uma forma que ela nunca mais se restabelecerá... Qual sacrifício é o maior?
    O que se entende por certos "padrões"? roubar, matar, mentir, lesar...?

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  18. Para Anônimo: Se analisarmos ambos os lados acharemos fatores positivos e negativos. Realmente não tem como julgar nada nem ninguém, e nem cabe a a gente fazer tal julgamento.

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  19. Acho q a pessoa fica dividida entre ganhar o pão de cada dia e não corromper seu caráter, não subjugar seus valores. É uma difícil decisão. Deve ser uma crise horrível. Por outro lado, tem aqueles q não terão esta crise por não ter a consciência pesada.
    Acho q por padrões se entende o tipo de cultura de trabalho da empresa, o que é ensinado, como as pessoas são condicionadas a trabalhar, que tipo de ganho a empresa visa, etc.
    Mas se pensarmos em termos mais globais, não ficar só restrito a empresa, mas pensarmos no dia-a-dia, acho q dá para ampliar para os termos q vc citou.

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