"Todos temos duas vidas:
A verdadeira que é a que sonhamos na infância,
E a que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em convivência com os outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela que nos acaba por meter num caixão."
(Datilografia, Fernando Pessoa)
Alguém concorda, ou discorda da afirmação feita por Fernando Pessoa?
Concordo e discordo e me encanto, pode ser?!
ResponderExcluirDeixar de ser quem era para se transformar em quem é. Desconstruir certos padrões sociais para construir a si mesmo. Querer, ganhar, perder, errar, cair, levantar, aprender, sofrer, chorar, rir...faz parte dessa transformação, desenvolvimento, descoberta, reinvenção...da vida. Acredito que ainda vale a pena ser tal sonhador da infância, mesmo que cause um certo temor das consequências, que se pague o preço das escolhas, das suas próprias cobranças...
ResponderExcluirClaro que sim. E pode nos contar de onde advém este encantamento? Gostaríamos de saber por que vc concorda e discorda.
ResponderExcluirPara Adriana Melo: Lembrei daquele livro do paciente com câncer, vc lembra? Onde ele sugere que todos tem q realizar pelo menos um sonho de infância. Algo q vc queria realmente fazer da sua vida. Comecei a perguntar para um para outro e ninguém tinha. O pior é perguntar para nós mesmos, ñ?
ResponderExcluirAcho que não somente na infância, mas durante todo nosso processo de formação (acrescento aí a adolescência). Lembro dos ideais que tinha e de meus amigos que, com o tempo, muito deles acabaram esquecidos pelo caminho...
ResponderExcluirOs momentos inquietantes que passamos quando percebemos que nossa vida está bem diferente daquela que sonhavámos são o reflexo do substrato de névoa dito pelo autor, quando questionamos: será que é realmente isto que quero? Em que momento da minha vida eu mudei meu caminho?
Mas nunca é tarde para resgatar o que se quer...
Grande Fernando Pessoa!
ResponderExcluirQuando somos crianças somos puros, sinceros e verdadeiros e nosso sonhos vão de encontro a isso. Já adultos nos encontramos muitas vezes em situações delicadas, onde apenas vamos levando, sendo práticos...
Só discordo da última frase "Aquela que nos acaba por meter num caixão", pois ambas nos levam a ele, seja a sonhada ou a vivida. Esse é o fim de todos nós, seja cedo ou tarde!
Para Natália: Quanto ao caixão, pensei na possibilidade do autor estar se referindo ao estresse de viver uma vida que não é sua (ñ é a sonhada), e as consequências disso abreviarem o tempo de existência. Talvez ele quisesse dizer que aquele tipo de vida pouco autêntica levaria a pessoa mais rápido ao caixão.
ResponderExcluirO q vc acha?
Clau, entendi por isso escrevi cedo ou tarde!
ResponderExcluirQuantos não chegam nem a viver essa vida não sonhada e se vão cedo, e quantos vivem esta vida dita falsa e vivem muito!
Este tema me fez lembrar de um clipe da Vanessa da Mata (http://www.youtube.com/watch?v=RaOVR5RkJkM) que retrata bem o que estamos discutindo. O olhar da senhora mirando o vazio, pensando no universo de possibilidades que poderia ter vivido, mas que deixou passar...
ResponderExcluirA menina representa a vontade de viver (ou sonhos) que ela possuía...
Vi o clipe e gostei bastante. Vc fez uma ótima comparação. Aquelas cenas da senhora triste e pensativa ao lado da criança alegre são muito sugestivas. Como se fossem duas vidas separadas mesmo. Foi uma análise bem interessante a que vc fez.
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